sábado, 4 de julho de 2009

O retorno

Retomo a “Traduzir em Palavras os Pensamentos Soltos”, sem uma razão única ou motivo concreto, talvez pela saudade de escrever, quem retoma a ler conhece este jogo de palavras, nem tudo o que é parece e a mais pura das verdades pode ser uma enorme mentira.
Adiante, cá andamos com a vida de sempre, a encher os pulmões com o ar cada vez mais poluído e isto preocupa-me, não é uma preocupação do tipo ecologista com necessidade de organizar uma plantação de árvores, não é nada disso, a minha preocupação está nos efeitos colaterais das toxinas inaladas que varia de individuo para individuo, vou tentar clarificar isto se for possível:
Está um indivíduo na borda do passeio à espera que surja do outro lado um boneco verde que lhe permite avançar em frente enquanto isso passa um camião movido a gasóleo com todas as geringonças que lhe conferem o poder de se descolar com o auxílio de um condutor, tudo é imundo naquele veiculo que liberta fumo na cara do indivíduo. Este, por sua vez e involuntariamente (porque é quase assim o acto de respirar) inala todos aqueles compostos químicos deixados no rasto preto, que vai até aos pulmões passa pelo coração e por fim a todo o corpo através da corrente sanguínea. Será que isto tem influência no indivíduo? É provável! Surge à sua frente o boneco verde e atravessa a rua no destino definido e ao som dos seus passos constrói uma ideia, em poucos segundos acredita na verdade dessa ideia e transpõe-a num sentimento, mais um passo na calçada e esse sentimento invade-lhe o corpo! Aqui reside o problema do ar poluído que respiramos nas ruas da nossa cidade, faz-nos acreditar em algo que não existe, que nunca lá esteve, a culpa não é dos deuses, é nossa, apenas nossa que nos limitamos a ver com os nossos olhos, que nos deixamos levar por uma ideia pequena e fugaz mas, que mudaria a nossa vida!

terça-feira, 22 de julho de 2008

...

Nem mais um passo! Poderia ser esta a voz de comando, mas também já não há comandante, navega-se sem rumo, à deriva por mares nunca antes navegados, novos Adamastores se avistam, mas há muito que se perdeu a coragem do homem do leme para enfrentar os mostrengos nas suas cavernas.

Poderia ser esta a discrição do estado de uma nação, o estado de alma de quem nela sobrevive, esquecido do amor à pátria!

A insatisfação geral que reina nas ruas, perto da amargura, das sarjetas imundas e putrefactas, exalam o cheiro da derrota das batalhas do dia-a-dia, da luta que é uma vida inteira.

Lamento, lamento profundamente que uma greve não acorde, que não liberte as desgraças e a falta de graça com que o sol nasce todos os dias.
Lamento profundamente, lamento a ironia que me consola quando oiço o telejornal, lamento o estado onde chegamos, só não lamento quem sou!

Com tantas lamentações, lamento que nada poderei fazer a não ser lamentar-me mais uma vez e acreditar que um dia terei a mesma coragem do Homem do Leme e dizer pessoalmente, o senhor ministro tem toda a razão, só compra combustível quem tem viatura própria, como vossa excelência se desloca num carro que pertence ao país e quem paga o combustível é o povo, levante os braços, ou o braço, e aqui tem o seu andante, pode andar de autocarro, metro e eléctrico…boa viagem e procure outra paragem!

terça-feira, 25 de março de 2008

Pensamento solto sobre a felicidade #2

Então, se me perguntam se sou feliz, eu respondo que sou feliz, deixo-me guiar pelos sentidos nas emoções, ressuscito em cada manhã a magia de se estar vivo…

O facto de aceitar naturalmente as coisas como são não quer dizer que sejamos meros conformistas na banalidade dos dias, pelo contrário, aliando a realidade à vontade do querer, podemos chegar mais além. O aceitar não é colocar limites ou fronteiras físicas e psicológicas.

Existem verdades que já formam ditas, vários livros escritos nesta eterna procura do caminho da plenitude, eu mesma não me canso de escrever sobre o tema nestes textos inacabados porque existe e continuará a existir sempre algo a acrescentar, cada dia trás consigo algo de novo, outras formas de sermos felizes, outros caminhos para a felicidade.
Muitas são as vezes que nos confundimos ao pensar que estamos num início de sermos felizes e ignoramos, fechamos os sentidos ao projectar sempre a felicidade no futuro, quando aquele exacto momento é a verdadeira felicidade, que devíamos aproveitar no máximo e saboreá-la com serenidade para que então no futuro ao reacender na memória esse momento se volte a ser feliz!

Por vezes as pessoas precisam de algo que vem de fora para verem o que está mal por dentro!
Por vezes têm que acordar!
Por vezes nem sabem o que querem!
Outras vezes até sabem mas têm medo! Falta-lhes a coragem para recomeçar!
E, como somos prisioneiros de um tempo que nem é nosso, de um tempo que nos limita e nos é limitado, temos que aprender a viver o presente, porque esse é o único tempo que está ao nosso alcance, o único tempo em que podemos ser felizes!

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Pensamento solto sobre a felicidade #1

Os dias são compostos de tons e aromas diferentes! A alma alimenta-se de tudo e dos pequenos fragmentos que compõem o nosso mundo! Sou diferente em todos os dias, ofereço-me o prazer de mudar, sou eu em cada dia!

Vivemos a tentar compreender o que nos rodeia, procuramos definirmo-nos, num poema, numa música, numa tela, num livro ou nas outras pessoas, sempre na tentativa de conhecermo-nos nesta mudança constante, nesta composição de tudo que é a vida.

Complica-se o que é fácil, perde-se tanto tempo nesta curta vida em actos de puro egoísmo!

Se me perguntam se sou feliz, repondo que sim, tenho a consciência que não se vive num único estado, que a felicidade é composta de momentos, de recordações, de sonhos e pela vontade de se estar vivo!

Ao ter essa consciência, que as coisas mudam, que os dias são diferentes e que aceitar tudo o que faz parte da vida conduz-nos à felicidade! Quem nos diz que sofrer não faz parte de ser feliz e não apenas as alegrias e os bons momentos!

Ser feliz é aceitar a vida tal como ela é. E, darmo-nos ao prazer de simplesmente viver!

Acreditar na magia sem questionar, o que não é difícil, basta simplificar, todos acreditam e afirmam que o Sol nasce todos os dias, então, deixem-se levar por isso mesmo e recebam o seu aconchego de luz e calor!

Mas, se quiserem complicar, deixar que a magia se esfumasse, eu digo o Sol não nasce todos os dias, pelo contrário, está a morrer a cada minuto sem sair do seu lugar…

Então, se me perguntam se sou feliz, eu respondo que sou feliz, deixo-me guiar pelos sentidos nas emoções, ressuscito em cada manhã a magia de se estar vivo…