[Um conto – parte III]
A viagem do Lusitânia Comboio Hotel, que liga Lisboa a Madrid, é feita durante a noite.
A rapariga de t-shirt branca e calças jeans, chegou pela manhã à estação de Atocha, um edifício marcado pela “arquitectura do ferro e do vidro “, situada perto Plaza del Imperador Carlos V, mas o que mais marca esta estação, na actualidade, é o atentado de 11 de Setembro de 2004.
Ao chegar à estação, ao respirar o ar matinal daquela grande metrópole, fechou os olhos, visualizou o cenário de pânico e terror, que todos os canais de televisão transmitiam no dia 11 de Setembro de 2004, em momentos, imaginou como teria sido aquele dia, aquele instante em que centenas de pessoas perderam a vida, aquelas pessoas que entraram no comboio como habitualmente faziam, que se dirigiam para o local de trabalho ou para a escola, um hábito normal, uma rotina como tantas outras, que naquele dia foi fatal, foi o último suspiro, a missão de cada um foi interrompida, ao entrarem no comboio que as levava para a sua última viagem.
Dirigiu-se ao Bosque dos Assentes, perdeu-se nas horas, perdeu-se em silêncio, não compreende, não existe uma explicação razoável, muito menos uma justificação para actos desumanos, realizados por humanos. Como é possível, querer a paz e trilhar caminhos de guerra! Pessoas que querem o respeito pelas suas tradições e cultura, mas que não conseguem respeitar as outras!
Ali, naquele lugar, pensou na pessoa que saiu de casa a correr, sem tempo para beijar o filho, desejar um bom dia, sem tempo para dizer á mulher que a amava, que era a pessoa mais importante na sua vida. Que saiu a pensar que regressava a casa ao final do dia…
Essa pessoa, que vive os seus dias em função do amanhã, sem pensar que o amanhã pode nunca existir!
Sem tempo a perder, pois queria visitar a cidade, os museus de arte e tudo mais, pôs os pés a caminho!
Visitou o Museu do Prado, o Museu Thyssen-Bornemisza e o Museu Rainha Sofia, queria respirar a arte que a capital madrilena transpira.
Foi até ao centro à Plaza Mayor, andou um pouco até a Puerta del Sol. Estava maravilhada com a cidade, Madrid é uma cidade grande e grandiosa.
Faziam três dias que se encontrava em Madrid.
Nessa manhã foi até a Gran Via, principal artéria da cidade, zona comercial, onde fica a Praça de Espanha, ficou a observar o conjunto de esculturas, através das quais, Miguel de Cervantes da lei da morte se libertou.
Naquele local, pensou no próximo passo, no novo rumo a seguir, também não queria ficar mais dias por lá, não queria ganhar laços ou qualquer tipo de ligação, não era essa a finalidade da sua viagem…
Comprou o bilhete para a sua próxima paragem, Paris…
Continua….
A viagem do Lusitânia Comboio Hotel, que liga Lisboa a Madrid, é feita durante a noite.
A rapariga de t-shirt branca e calças jeans, chegou pela manhã à estação de Atocha, um edifício marcado pela “arquitectura do ferro e do vidro “, situada perto Plaza del Imperador Carlos V, mas o que mais marca esta estação, na actualidade, é o atentado de 11 de Setembro de 2004.
Ao chegar à estação, ao respirar o ar matinal daquela grande metrópole, fechou os olhos, visualizou o cenário de pânico e terror, que todos os canais de televisão transmitiam no dia 11 de Setembro de 2004, em momentos, imaginou como teria sido aquele dia, aquele instante em que centenas de pessoas perderam a vida, aquelas pessoas que entraram no comboio como habitualmente faziam, que se dirigiam para o local de trabalho ou para a escola, um hábito normal, uma rotina como tantas outras, que naquele dia foi fatal, foi o último suspiro, a missão de cada um foi interrompida, ao entrarem no comboio que as levava para a sua última viagem.
Dirigiu-se ao Bosque dos Assentes, perdeu-se nas horas, perdeu-se em silêncio, não compreende, não existe uma explicação razoável, muito menos uma justificação para actos desumanos, realizados por humanos. Como é possível, querer a paz e trilhar caminhos de guerra! Pessoas que querem o respeito pelas suas tradições e cultura, mas que não conseguem respeitar as outras!
Ali, naquele lugar, pensou na pessoa que saiu de casa a correr, sem tempo para beijar o filho, desejar um bom dia, sem tempo para dizer á mulher que a amava, que era a pessoa mais importante na sua vida. Que saiu a pensar que regressava a casa ao final do dia…
Essa pessoa, que vive os seus dias em função do amanhã, sem pensar que o amanhã pode nunca existir!
Sem tempo a perder, pois queria visitar a cidade, os museus de arte e tudo mais, pôs os pés a caminho!
Visitou o Museu do Prado, o Museu Thyssen-Bornemisza e o Museu Rainha Sofia, queria respirar a arte que a capital madrilena transpira.
Foi até ao centro à Plaza Mayor, andou um pouco até a Puerta del Sol. Estava maravilhada com a cidade, Madrid é uma cidade grande e grandiosa.
Faziam três dias que se encontrava em Madrid.
Nessa manhã foi até a Gran Via, principal artéria da cidade, zona comercial, onde fica a Praça de Espanha, ficou a observar o conjunto de esculturas, através das quais, Miguel de Cervantes da lei da morte se libertou.
Naquele local, pensou no próximo passo, no novo rumo a seguir, também não queria ficar mais dias por lá, não queria ganhar laços ou qualquer tipo de ligação, não era essa a finalidade da sua viagem…
Comprou o bilhete para a sua próxima paragem, Paris…
Continua….
2 comentários:
O pensamento é triste, mas os homens são os maiores inimigos uns dos outros. Momentos como o 11 de Março em Madrid ou o 11 de Setembro nos EUA, mostram-nos que não temos poder algum sobre os dias. Há muito que desisti de planear, ou deixar para amanhã. Vivo o dia de hoje ao máximo, quando o amanhã chegar, logo se vê.
Que belas lembranças me trouxe este texto. Há algum tempo que não me perco por Madrid, e a descrição da visita trouxe-me saudades.
Estou a adorar esta viagem, fico ansiosa pela próxima paragem...
Beijinho Vanda
Vanda, é lógico que você deve continuar o conto!! Você tem o dom de escrever!
Um beijo carinhoso!
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